segunda-feira, junho 25, 2012

TITANIC NA IMPRENSA PORTUGUESA EM 1912


Com o Centenário do Naufrágio do RMS TITANIC, a Hemeroteca Municipal de Lisboa disponibilizou em formato digital no site Hemeroteca Digital os artigos das revistas e jornais da época de notícias que foram publicadas em Portugal, sobre o navio e o seu naufrágio e o impacto que a tragédia causou.

Abaixo o link de cada reportagem em arquivo PDF:

Leviatão e a sua gruta - Artigo da revista Serões, n.º 72, de Junho de 1911, pp. 447-451, sobre as companhias de construção de navios transatlânticos.

Navio que se afunda - Breve notícia publicada no jornal A Capital: diário republicano da noite, logo no dia 15 de Abril de 1912.

O naufrágio do Titanic - Notícia publicada no jornal A Capital: diário republicano da noite, na edição do dia 16 de Abril de 1912. Já é divulgado estimativas parciais de vítimas do naufrágio.

O naufrágio do Titanic - Notícia publicada no jornal A Capital: diário republicano da noite, na edição do dia 17 de Abril de 1912. Aumenta o número oficial de vítimas do naufrágio.

Naufrágio do Titanic - Artigo da revista Illustração Portugueza, n.º 323, de 29 de Abril de 1912, p. 560.

O naufrágio do transatlântico Titanic - Artigo da revista O Occidente, n.º 1200, de 30 de Abril de 1912, pp. 89-93.

A catastrophe do Titanic - Artigo da revista Brasil-Portugal, n.º 319, de 1 de Maio de 1912, p. 448.

Titanic: A belleza trágica de uma catastrophe horrível - Artigo da revista Brasil-Portugal, n.º 322, de 16 de Junho de 1912, p. 531.

Titanic - Artigo da revista Brasil-Portugal, n.º 324, de 16 de Julho de 1912, pp. 563-566.

Diário da Câmara dos Deputados, 92.ª sessão, de 17 de Abril de 1912 - Proposta de Simas Machado, de voto de sentimento pelas vítimas do naufrágio.

Diário do Senado, 70.ª sessão, de 17 de Abril de 1912 - Proposta de Bernardino Machado, de voto de sentimento pelas vítimas do naufrágio.

O maior navio do mundo - Artigo da revista O Occidente, n.º 1248, de 30 de Agosto de 1913, pp. 266-267, sobre a construção do navio Imperator, que evoca o acidente do Titanic. 

A foto acima deste artigo é talvez a mais próxima da data do naufrágio tirada em Lisboa (Chiado) na Semana Santa que em 1912 aconteceu do dia 31 de Março (Domingo de Ramos) a 7 de Abril (Domingo de Páscoa) precisamente uma semana antes da tragédia.


segunda-feira, junho 04, 2012

TITANIC: CINCO MITOS QUE SOBREVIVEM HÁ 100 ANOS


Foi por volta de 11h45min da noite do dia 14 de abril de 1912, que o navio RMS TITANIC colidiu com um iceberg e causou uma das maiores fatalidades navais de toda a História. Apesar do filme Titanic de James Cameron, lançado em 1997, ter alcançado imenso sucesso, ele não foi o primeiro a homenagear o navio transatlântico.

E o que poucas pessoas sabem é que muitos dos relatos mostrados nos filmes não condizem com a realidade vivida pelos tripulantes e passageiros do navio. Confira agora quais são os cinco maiores mitos que o cinema ajudou a divulgar, mas que podem ser apenas histórias fantasiosas criadas para aumentar a atmosfera mitológica do Titanic.


1) NEM DEUS PODE AFUNDAR O TITANIC
Apesar de essa frase ser muitas vezes repetida para mostrar que os grandes nomes da White Star Line (a empresa responsável pelo navio) e o comandante da embarcação estavam superestimando o poder do Titanic e que, claramente, haviam se enganado, ela pode não ser real. Pelo menos é o que afirma Richard Howells, especialista do Kings College de Londres.


Ele afirma que esse mito pode ter sido introduzido no imaginário popular após o acidente. Segundo o pesquisador, a White Star Line nunca disse que o navio era invulnerável. Há também relatos de que havia muito menos publicidade em torno do Titanic do que se imagina, pois o grande nome da construção naval na época era o Olympic, o navio-irmão do Titanic criado pela mesma empresa e responsável pelo mesmo trajeto em anos anteriores.

2) A ÚLTIMA MÚSICA
Em diversos filmes sobre o Titanic, o grupo de música é mostrado tocando o hino cristão “Nearer, My God, To Thee (Mais perto, meu Deus, para Ti)”. Até hoje não se sabe se era realmente essa a canção que os instrumentistas do transatlântico estavam tocando no momento do naufrágio. Pode-se dizer que a origem do mito tenha sido o Jornal Daily Mirror (da Inglaterra), que afirmou que eles estavam tocando a canção enquanto o barco afundava em uma tentativa de romantizar o acontecimento.


Em 1958, o filme “A Night to Remember” mostrou o naufrágio do Titanic ocorrendo com a já mencionada canção (você pode ver o vídeo acima deste parágrafo). James Cameron achou a sincronia entre música e imagens perfeita e decidiu utilizar à mesma idéia em seu filme (o vídeo abaixo mostra a versão de Cameron).


Há duas diferenças básicas nas versões: a de 1958 mostra os músicos cantando até o momento em que a água começa a arrastá-los; enquanto na de 1997, eles tocam uma versão instrumental de “Nearer, My God, To Thee”, que é interrompida quando um dos violinistas diz: “Senhores, foi um privilégio tocar com vocês esta noite”.

3) O CAPITÃO SMITH NÃO FOI UM HERÓI
Todos os filmes mostram o capitão Smith como um verdadeiro herói no naufrágio. Há, inclusive, histórias de que após o afundamento completo do Titanic, ele podia ser visto nadando com uma criança nos braços para salvá-la da morte. Segundo o site da BBC, várias estátuas erguidas em sua homenagem na Inglaterra.


Mas ao que dizem alguns especialistas sobre o naufrágio, todo o heroísmo e esforços para salvar os passageiros pode não ter sido tão real assim. Nos primeiros minutos após o acidente, botes de salvamento com espaço para 65 pessoas abandonaram o navio com menos de 30 pessoas e não retornaram para salvar outras vítimas.


Paul Lounden-Brown, da Sociedade Histórica Titanic, diz que o único culpado pelo acidente é o Capitão e nenhuma outra pessoa da cabine de comando pode ser responsabilizada. Uma de suas decisões mais equivocadas foi não ter avisado a todos os passageiros que havia acontecido um acidente.

O pesquisador afirma que a ordem de abandonar o navio nunca foi dada. Por isso, é muito provável que centenas de pessoas tenham morrido sem nem ao menos ficarem sabendo que havia acontecido um acidente. John Graves (do Museu Marítimo Nacional, em Londres) diz que Smith pode ter entrado em choque por não possuir um plano de evacuação, por isso não conseguiu tomar qualquer decisão importante.

4) J. BRUCE ISMAY: O EMPRESÁRIO VILÃO
Filmes sobre o naufrágio costumam mostrar J. Bruce Ismay – o presidente da White Star Line – como um homem covarde que abandonou o Titanic no primeiro bote salva-vidas a ser lançado no mar. A origem do mito pode ter sido outro acidente com navios da White Star, quando o próprio Ismay recusou-se a cooperar com William Randolph Hearst, um grande magnata da imprensa norte-americana.


Depois do acidente com o Titanic, Hearst pode ter se aproveitado para acusar Ismay como forma de vingança. Muitos dos jornais ligados ao magnata o chamavam de J. Brute Ismay (um trocadilho com seu nome, o acusando de ser um animal irracional), o que contribuiu bastante para que a imagem de covarde fosse proliferada.

Os especialistas consultados pela BBC afirmam que há vários relatos de sobreviventes que foram ajudados por Ismay, antes que ele pudesse colocar-se nos botes para salvar sua vida. Mesmo assim, a imprensa continuou acusando o presidente da White Star Line. Em 1913, ele se afastou da companhia, falido.

5) A TERCEIRA CLASSE FOI ABANDONADA PARA A MORTE
Nos filmes que mostram o naufrágio do transatlântico, a terceira classe é mostrada de maneira completamente separada das outras – e isso fica mais claro na versão de James Cameron, em que há destaque para personagens de lá. Os portões de separação realmente existiam, não para evitar que eles pudessem entrar nos botes, mas para o cumprimento de normas sanitárias dos Estados Unidos.

Como no navio havia muitos imigrantes que queria tentar uma nova vida na América, o Titanic teria que parar em Ellis Island para que houvesse uma inspeção sanitária e burocrática dos passageiros (que vinham de países como China, Holanda, Itália, Armênia, Rússia, Escandinávia e Síria). E para evitar que qualquer doença fosse transmitida às demais pessoas, havia a separação – respeitando normas dos Estados Unidos.


A terceira classe possuía seus próprios botes salva-vidas, mas para chegar até eles seria necessário percorrer uma série de corredores que mais se pareciam com labirintos. Por isso, muitos acabaram morrendo afogados dentro do navio. Também há várias evidências de que, ao chegar ao local onde deveriam estar os botes, muitos deles já haviam sido levados para o mar.

Nas conclusões finais do inquérito sobre o naufrágio, foi constatado que “não houve evidências de que houve alguma tentativa de deixar, deliberadamente, os passageiros da terceira classe morrerem“. Vale lembrar que a maior parte das mortes ocorreu entre passageiros da terceira classe e tripulação: de 1.616 pessoas, apenas 394 se salvaram.

Fonte: BBC.




OBS: O Blog Titanic Momentos discorda de algumas informações com relação os mitos apresentados acima pelo site de notícias BBC.